Élio não era casado e morava sozinho em um apartamento no bairro da Iputinga. Ele já não comparecia mais ao trabalho. E ninguém tinha notícias suas há quase dez dias. O que todos queriam era saber se ele estava bem. Uma ligação e os corações dormiriam tranquilos. Mas nenhum dos seus três telefones atendia. Um dos seus amigos, que tinha o mesmo nome, não aguentou a espera e foi até a polícia. Chegando à casa do professor encontraram o local aberto, escancarado. Ele fora apanhado de surpresa em casa. Não teve tempo sequer de apagar as luzes ou desligar a TV. Quem foi buscá-lo estava com pressa. A esperança era de que ele voltasse.
O carro dele foi encontrado carbonizado a uma distância de 3,5 km de sua casa. Depois disso a inquietação foi total, ninguém mais conseguia relaxar. Estava consumado o fato: Élio Menezes, 46 anos, havia sido sequestrado. Mal sabiam seus amigos e familiares, mas o seu corpo fora encontrado com um tiro que perfurou sua cabeça e já estava no IML desde o dia de seu desaparecimento.
Amigos e parentes do homem que teve sua vida levada cruelmente choraram sua morte à beira de um esquife. E num domingo ensolarado, as portas pelas quais o professor passou estavam mais uma vez abertas. Dessa vez, eram as do cemitério e dali não haveria mais volta.
Crônica baseada no desaparecimento e morte do professor universitário Élio Menezes.
Para a cadeira de Redação Criativa.
pontoeacabou-se.
Que triste...
ResponderExcluirparabéns, mais uma vez, pelo texto! :)
saudades, linda! :*